EM 1808, quando da transferência da corte portuguesa
para o Rio de Janeiro aconteceu uma grande transformação na cidade. D. João teve
que organizar a estrutura administrativa do governo. Nomeou ministros de Estado para colocar em funcionamento diversas secretarias públicas, instalando tribunais de
justiça e um Banco, o do Brasil é claro, porque o de Portugal tava falido...
Era preciso também acomodar os novos
habitantes e tornar a cidade digna de ser a nova sede do Império português, então exigiu que os moradores das melhores casas da cidade
entregassem suas casas para essa nova população Duas mil residências foram requisitadas, pregando-se nas
portas o "P.R.", que significava "Príncipe Regente", mas que o povo logo
traduziu como "Ponha-se na Rua".
Assim me parece um pouco a atitude do Governo até hoje com a política de Incentivo Fiscal à Cultura, eles criaram uma ferramenta que chamam de PRONAC, com um título de nobreza, uma licença para poder captar recursos dos mais ricos, no caso de empresas que tem imposto à pagar.
E AÍ QUE SE VIRE nos colocam à rua a perguntar como tontos para qualquer um quem deseja fazer isso?
Ora hoje em dia não há mais os canhões e nem os grilhões do despotismo encorajados pela farda lusófona, e nós somos apenas artistas, quando muito , uns poucos corajosos que enfrentam com a maior desfaçatez e cara-de-pau os preparadíssimos executivos de marketing de empresas super-poderosas que faturam bilhões e têm que nos atender por alguns míseros reais.
Seria ótimo se pegássemos o nosso PRONAC ou PROAC , via certificado de mérito cultural e simplesmente pregássemos na porta de uma grande empresa e ela simplesmente teria que nos dar os recursos necessários para realizar o nosso humilde projeto .
Mas como isso, apesar de ser uma prática do REI não é REAL , então pegamos o nosso certificado , publicado em Diario Oficial , válido para tal, e vamos NÓS À RUA com ele pregado em nossa própria testa exatamente como estávamos antes, só que agora temos duas tarefas criar um trabalho artístico e ainda tentar achar alguém que aceite o nosso PRONAC, e se der sorte de achar, aí teremos que administrar, prestar contas, abrir conta em banco, fazer isso e aquilo, e etc, etc, etc...Pra quê ? Pra que o governo nos diga que a classe artística é desleixada, desorganizada e só não produz porque não quer...Então PRONAC-SE NA RUA.
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